sábado, julho 01, 2006

Brasil desestabilizado


Hoje caiu o único senso de identidade brasileiro: o futebol.

É triste termos que admitir que, o Brasil como um todo, não possui valores e posturas compartilhados pelo seu povo. A única coisa que temos para nos unir é o futebol.

Sem querer ser bairrista, mas usando como referência, podemos dizer com tranquilidade que o povo gaúcho possui seu senso de identidade, valores e um código de ética que une nossa sociedade. Estamos aos poucos perdendo, é verdade, mas as bases estão aí e sempre poderemos retomá-las.

Mas e o Brasil como um todo? Criatividade talvez seja um dos nossos principais e mais reconhecidos valores, mas falta o respaldo da ética, da confiança e da honestidade para tornar essa criatividade positiva, agregadora e decisiva. Sem isto, não passa do "jeitinho".

O que nos sobra então? Sentar e chorar? Julgo que não, mas tenho plena convicção que a saída passa pelo envolvimento e comprometimento dos governos com a propagação até as pontas do espiríto almejado. Combatendo impunidade, reconhecendo e valorizando a atitude almejada, sem demagogia e falsos interesses.

Vejo propagandas e campanhas frequentemente na televisão, falando que o melhor do Brasil é o brasileiro, sobre o atleta dedicado, etc. Mas do que adianta se isto tudo não é algo que envolva e engaje os cidadões? Não passa de mais uma campanha que todos esquecerão em pouco tempo. E aproveitando o clima de copa, que grande exemplo os atletas com a responsabilidade da identidade nacional dão ao entrarem em campo sem correr. Os jornais argentinos estampam em suas capas: saímos com dignidade. Podemos dizer o mesmo?

Sei que o que vou falar agora é tema para um próximo post, mas sempre me pergunto por que nós, cidadãos que querem agir e mudar esta nossa realidade, não podemos nos organizar e montar um iniciativa? Idéias tenho certeza que não faltam à todos.

Quando o cidadão de bem fará mais que o voto pelo futuro? Quando abriremos mão de um período de nossa vida para dedicar ao conjunto? Período de abdicação da vida privada sim, mas sem pensar em carreira política, mas em missão. Se nossa sociedade valorizasse tal iniciativa, aceitando de volta seu cidadão de missão cumprida, lhe devolvendo as oportunidades que abandonara em pról de todos, com certeza arriscaríamos mais. Talvez esta seja uma visão inocente e sem noção da verdadeira realidade, mas se não tentarmos, o que será de nós?

O email que enviei estes dias ao Ibam (Instituto Brasileiro de Administração de Municípios), sem resposta. Pretendo participar de algumas convenções partidárias pré-eleição para tentar entender e ver o que acontece - mas só estudo.

Pelo menos a Iris, em nossa última conversa, me informou que em Torres esta havendo uma parceria entre pesquisa e administração pública. Um doutorando esta trabalhando junto à prefeitura e comunidade. Ele está fazendo a parte dele.

Existiria dentre meus amigos, algum simpatizante com esta participação política pontual em sua vida? Seja como vereador, deputado ou seja lá o que for? Quem julga que tería caráter de fazer isto uma única vez e não deixar seduzir pela politicagem?

Dando uma de presidente Lula agora (usando exemplos de futebol), é mais ou menos como colocar os reservas em campo: entrar com vontade de jogar, de vestir a camiseta e se perder, perder o jogo, nunca a dignidade.