sábado, junho 10, 2006

Barreiras psicológicas


Como quem me conhece sabe, não sou exatamente tímido ou inibido, mas posso afirmar que só não o sou por reconhecer a força que temos de nos auto-impor barreiras e limites, para assim transcende-los.

Nosso cérebro é um expert em economizar energia, manter a saúde física e mental e não se expor. Sério, nossas ações, reações e instintos são direcionados a nos manter vivos, em segurança e dentro de uma zona de conforto.

Só que viver e ser humano é transcender estas bases, criar novos alicerces (ou viver sem eles) e ir além ... desbravar. Sempre que vamos pensar e nos lembrar de uma conquista, sempre nos vem a cabeça algo sofrido, suado (devido a influência do cinema eu acho), mas as conquistas mais significativas, as do dia-a-dia, frequentemente nos escapam.

Como podemos ter esperança, vontade de viver e encarar nossos dias se as coisas positivas, que nos incentivam, quase perdemos a vida, o sangue ou a familia por elas? Nestas condições é natural querer e se contentar com uma conquista a cada 3 meses, ou por ano. Talvez algumas em uma vida.

Mas poxa! Como pode ser isto? Precisamos ser brilhantes e destemidos no dia-a-dia! E como conseguir com a expectativa de que o que fazemos é um sofrimento que será condecorado de vez em quando ... se for?

Esta é uma das muitas barreiras psicológicas que devemos quebrar, superar! É a única maneira de sermos feliz dia após dia! De encontrarmos o bom no ruim. De vermos o positivo por trás de um revés. Temos que derrubar estas barreiras e valorizar cada vez que conseguirmos isto como uma vitória, pois estamos superando nosso instinto e criando um novo padrão, algo melhor para o amanhã.

Inspirados pelos nobres gurus holywoodianos (e seus cupinchas tupiniquins) insistimos no que deveríamos desistir e abrimos mão do que mais deveríamos apreciar, venerar e zelar. Mas felizmente temos os amigos e familiares, assim como algumas referências desse mundo enorme para mostrar e incentivar o caminho que deve ser seguido. Lembrar as nossas conquistas, muitas delas que nem percebemos.

Quinta-feira fui lembrado de uma por um colega que há muito não falava. Ele não acreditava que eu não era capaz de lembrar do evento que mudou a vida dele! E eu era o protagonista, como pude esquecer! Foi um momento que superei as barreiras que infligiam a todos na sala (inclusive ao meu colega) e o inspirei para que nunca mais considerasse aquilo como uma barreira ... mas não fui humilde, sereno ou esperto o suficiente para tirar essa lição para mim mesmo. Engraçado que venha a aprender comigo mesmo 4 anos depois.

Sempre é tempo de colher o que plantamos, semearmos novos frutos e vivermos em paz.

Sejamos felizes com o que fazemos ou fizemos, não com o que deixamos ou poderíamos fazer.

[]s
Messa