É preciso saber envelhecer...

Perceber que o significado de algo não depende somente dele, mas também de tudo que o cerca é uma das grandes descobertas da vida ... a mágica da relatividade e das redes

Hoje, quando contemplo uma criança brincando já não são os mesmos sentimentos de alguns anos atrás que vem a tona, começando pelo fato que há um tempo atrás eu observava ...

Percebo que começo a envelhecer e não há nada melhor que isto. Estranho? Também acho.

Tudo começou após ler a coluna do Paulo Sant'ana um dia desses, onde ele coloca uma hipótese maluca e interessante a primeira vista: a de que é uma injustiça estarmos debilitados fisicamente pela idade justamente quando estamos mais aptos intelectualmente e que seria maravilhoso vivermos de trás para frente, nascendo velhos e morrendo jovens e vigorosos.

É tentador concordar e idolatrar a teoria: "seria bom mesmo não é!?" ... será mesmo?

Chego a arriscar uma outra teoria:

Antigamente, envelhecia e atingia uma idade avançada os poucos que estavam aptos. Hoje, todos envelhecemos, mas quantos de nós estão prontos para isto?

O desejo que o Sant'ana carrega desde jovem e a aceitação geral é um sinal que apesar de muitos atingirem idades avançadas, poucos estão aptos para isto (será a mesma quantidade de outrora?).

De que adianta envelhecermos se mantivermos o egoísmo de nossa adolescência? Trabalhar para se aposentar e aproveitar a própria vida, não será esta a razão da velhice ser tão dura?

Não é só na terceira idade que não se pode comer tanto quanto se era um garoto, assim como não se é capaz de fazer naturalmente tantos malabarismos sem efeitos colaterais como em outras épocas. Estas limitações aparecem dia após dia ... fecha os olhos quem quer, aprende quem puder.

A velhice parte do preposto que somos capazes de mudar, nos adaptar e refletir. Talvez se buscássemos mais sentido nos pequenos detalhes, nem envelheceríamos .... viveríamos.